26.1.06

cidadania


Manuel Alegre, vice-presidente da Assembleia da República, mostra-se «disponível para continuar a dar voz à cidadania», no combate ao clientelismo e outras coisas que tal.
Não consigo perceber o que quer isto dizer em concreto, e preocupa-me que os partidos levem a coisa de ânimo tão leve.

Se de facto existe alguma ameaça ao sistema democrático, se os partidos são antros de corrupção e manipulação e os cidadãos estão privados de qualquer possibilidade de intervenção cívica, ocorre imediatamente perguntar porque Alegre não deu antes o grito do Ipiranga.
E os partidos deveriam estar preocupados em esclarecer exactamente em que medida se aplica esta pretensa necessidade de mudança.

No entanto, o comportamento generalizado parece indiciar que tudo não passa de retórica.
Será que o movimento de cidadania é afinal um caso de orgulho ferido?