Chefe no feminino
Volto ao tema. Justifico a reincidência ao mesmo por, até à data, não haver mais contributos femininos neste espaço. É que, como noutros espaços, são os homens mais propensos à vontade de manifestar a sua opinião. Opinião essa que é defendida com ferocidade. E esta postura é natural, afinal não é o exibicionismo uma característica comum ao género masculino na natureza? Inversamente, as mulheres tendem a ter uma postura mais discreta, preferindo desempenhar o seu papel no campo da ajuda à resolução de conflitos e respeitando as diversas perspectivas em causa.
E talvez seja este um dos factores que tem impedido as mulheres de se afirmarem em lugares de liderança. Na execução de certas posições espera-se combatividade e mesmo inflexibilidade. Não são características que as mulheres não tenham mas, regra geral, não são impelidas para a sua ostensiva revelação ou defesa pelo que não se lhes é reconhecido o “pulso firme”.
Para aceitar com responsabilidade posições de decisão, as mulheres têm de conseguir assegurar a gestão da família e da casa, ou seja, delas são esperadas pelo menos três responsabilidades primárias: maternidade, casamento e carreira, enquanto que do homem se espera a concentração em apenas uma: a carreira.
Finalmente, apesar de poderem ter um elevado potencial, a dada altura muitas mulheres têm de optar por constituir família. Mais uma vez a natureza impele-as a responder “presente!”, e esta resposta tem impacto na carreira profissional.
Uma nota final para reconhecer que a vida familiar tem vindo a mudar havendo maior envolvimento dos pais. Os pais (também eles profissionais) ficam mais sensibilizados para o nível de exigência que é requerido a um casal com filho(s) em que ambos os progenitores trabalham.
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