29.1.08

e eles a darem-lhe

com a história da felicidade, do bem-estar, do contentamento descontente.

Aqui está mais um produto da fixação com a autocompreensão emocional, desta vez a propósito da nossa velha conhecida crise de meia-idade, que afinal se compreende ao ler o artigo não passar de uma relação espúria nas estatísticas sociológicas.

Como concluem os próprios, não há explicação convincente para a incapacidade humana de atingir o nirvana permanente, em cada região as razões são diversas, a idiossincracia reina nestas questões e proíbe a extrapolação.

Do fundo da minha convicta ignorância técnica a esta nível, eu arrisco que tal coisa não existe. A felicidade não é uma característica, é um estado de alma (alimentado por hormonas e químicos internos ou externos) que vem e passa.

A vida é feita de momentos, de vitórias e derrotas que aleatoriamente alimentam ou consomem o ego, de fases compreensíveis ou inexplicáveis, de conclusões sustentadas ou precipitadas, de amores e ódios, por aí em diante.

Não somos isto ou aquilo, estamo-lo. Reagimos a estímulos com base em carácter e experiência, o que vemos hoje servirá para nos definir amanhã. Ignorar uma sensação não nos condena à repressão eterna do ser interior, pode simplesmente fazer-nos pensar noutra coisa e olhar para nós e para os outros com uma atitude mais positiva.

À medida que o tempo passa por mim e experimento respostas conscientemente diferentes aos estímulos, concluo que condiciono muito do que sou, que aquilo que faço define na totalidade a forma como me vêem, que posso no fundo recriar-me por inteiro pois não tenho uma personalidade finita.

Nuno