18.1.08

aeroporto

Ao que consta, os terrenos de Alcochete onde, de acordo com a mais recente demonstração da irredutível capacidade de decisão do nosso grande líder, o novo aeroporto deverá assentar pertencem às famílias Espírito Santo, Amorim e Azevedo (entenda-se ao sôrengenheiro Belmiro).

Não consigo compreender a celeuma. Quando era na Ota os terrenos pertenciam a este e aquele, agora os nomes são outros. O projecto precisa de centenas de ha., era natural que calhasse a alguma ou várias das 5 famílias que governam Portugal.

O lobbying é uma actividade aceite em qualquer país do mundo; em muitos países de referência há consultores especializados que perseguem responsáveis políticos para obter decisões favoráveis; em Bruxelas os edifícios próximos da sede da União Europeia estão cheios de departamentos de lobbying das empresas internacionais; e qualquer grupo que se preze procura movimentar influências junto das fontes de poder, seja por contactos informais ou através de convites a pessoas influentes para participar nos orgãos sociais.

Ainda que os Espírito Santo, os Amorim, a Sonae ou quaisquer outros consigam por lobbying levar o aeroporto da Ota para Alcochete ou para outro ponto qualquer do país, se tal decisão não prejudica o bem público (tanto na escolha do local como no investimento planeado e efectivo) e se os decisores não beneficiaram pessoalmente da escolha não vejo razões para objectar.

Estes últimos são os temas que importa debater com insistência. Nomeadamente para perceber porque passámos a debater a localização do aeroporto e deixámos de discutir se precisamos de um aeroporto à partida.

Nuno