14.12.05

a partir

de certa altura na vida deixamos de avaliar as pessoas e os acontecimentos pelo que são, passamos a medi-los em função do que nos fazem lembrar.

E ficamos convencidos que essa é uma boa medida de análise, como se o facto de fulano nos recordar de sicrano os equivalesse em mais do que num breve instante de associação aleatória.

Em supremo paradoxo, sentenciamos de forma irreflectida o desconhecido com base no que temos por familiar.
Evitamos a todo o custo a dissonância cognitiva, fechando a mente a quaisquer hipóteses de contradição, de incoerência, de questionamento dos nossos preconceitos.

Porque estes são cómodos, permitem-nos habitar um mundo estático, com conceitos arrumados e imutáveis, num modelo explicativo com poucas variáveis independentes.

Vezes sem conta repito que o passado é a pior bitola de estimação do porvir, contudo tendo a fundamentar na experiência as decisões mais importantes, provavelmente por não possuir critério mais tranquilizante.

Confundo idade com sabedoria e, por sua vez, esta última com capacidade de antecipação. Ainda que estas causalidades sejam consecutivamente postas em causa, algo me impele a não as questionar.

Porventura nos agarramos à certeza do passado na esperança que este se repita?

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

isto dá que pensar!!!

chamo a isto, Filosofia. No teu caso, de "boa qualidade"!!

bjs

14.12.05  
Anonymous Anónimo said...

So... History will teach nothing?

16.12.05  

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