o problema português
Hoje ouvi alguém na radio defender que os portugueses não produzem porque são invejosos. Para suportar a alegação, foi citada a referência máxima no clima actual de psicologização nacional: José Gil com o seu «Portugal e o medo de existir».
Esta busca da razão do nosso atraso parece um daqueles crimes que as autoridades têm urgência em resolver por causa da pressão da opinião pública, acabando algumas vezes por escolher como culpado um qualquer voluntário à força, numa lógica de «tanto faz se foste tu ou não, o que interessa é acalmar as hostes, e de qualquer forma alguma hás-de ter feito...».
Entre outras explicações, somos pequenos e atrasados porque somos invejosos, preguiçosos, corruptos, medrosos, acomodados, desorganizados, mal educados e mal informados.
Pouco importa se noutros países muitos se queixem de males idênticos e se o bom senso exija que se reconheça que aquelas características são, em graus múltiplos, comuns a todo o ser humano; o que interessa é apontar o dedo e encontrar a resposta única e definitiva, para de seguida caminhar para a solução milagrosa.
Agora pergunto eu: o problema não poderá residir na língua portuguesa? É a única diferença consistente que encontro entre nós e os outros.
Para além disso, de que outra forma se poderá explicar que nenhum dos países lusófonos consiga prosperar?
Esta busca da razão do nosso atraso parece um daqueles crimes que as autoridades têm urgência em resolver por causa da pressão da opinião pública, acabando algumas vezes por escolher como culpado um qualquer voluntário à força, numa lógica de «tanto faz se foste tu ou não, o que interessa é acalmar as hostes, e de qualquer forma alguma hás-de ter feito...».
Entre outras explicações, somos pequenos e atrasados porque somos invejosos, preguiçosos, corruptos, medrosos, acomodados, desorganizados, mal educados e mal informados.
Pouco importa se noutros países muitos se queixem de males idênticos e se o bom senso exija que se reconheça que aquelas características são, em graus múltiplos, comuns a todo o ser humano; o que interessa é apontar o dedo e encontrar a resposta única e definitiva, para de seguida caminhar para a solução milagrosa.
Agora pergunto eu: o problema não poderá residir na língua portuguesa? É a única diferença consistente que encontro entre nós e os outros.
Para além disso, de que outra forma se poderá explicar que nenhum dos países lusófonos consiga prosperar?
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