9.2.06

A tristeza da nossa AR.

Estive hoje a ler um artigo, no Público, que falava na querela que suscitaram, na assembleia da républica, as declarações do nosso ministro dos negócios estrangeiros acerca dos ditos desenhos profanos e obscenos (quase tão obscenos como o não repeito dos direitos humanos) que desencadearam a última crise do ocidente com o médio oriente. Todos os partidos da oposição, incluindo o Manuel Alegre, à excepção do PC, tiveram como base crítica uma mera omissão retórica que era, nem mais nema menos, o facto do ministro ter condenado as cararicaturas e não ter condenado a violência. A esta crítica estupida devemos louvar a grande resposta do Freitas de Amaral: "Se há pessoas que têm dúvidas sobre se eu condeno a violência ou não é uma questão que até me faz rir, porque é óbvio que sempre o fiz e sempre o farei".

O que de facto me entristece é questões destas chegarem a discussão no hemiciclo. Até parece que não há nada de mais importante para fazer do que estes comentários ridiculos às declarações de um ministro. A assembleia da républica é um local onde se devem discutir questões de âmbito nacional, os nossos políticos parece não perceberem isto, pois estão sempre a levar para essa casa querelas de nível partidário, cujo interesse para o país é nulo. Pois, nós já sabemos que vocês, a nível ideológico, não se entendem.

Para acabarmos com este problema seria bem mais útil e bem mais divertido para o país criar um ringue de Wrestling onde, antes do combate, poderíamos ver os políticos a gritarem uns com os outros até ficarem roxos. Sendo que, o combate seria feito de todos aqueles golpes encenados e o vencedor ditado pelos gritos, ou apupos, do público.

[Tiago]

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Este é sem dúvida um dos factos que mais me entristece na política no geral e na nossa em particular! Eu nunca consegui entender como é que as pessoas aceitam este tipo de fait divers tão pacificamente... Infelizmente, assiste-se a “espectáculos” destes quase diariamente na nossa AR. Não é à toa que o Gato Fedorento (a quem dirijo um grande bem haja) satiriza, e de que maneira, a classe política dizendo, entre outras, que não vale apresentar argumentos!!! [Cíçe]

10.2.06  

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