20.3.06

mapa político

A maior angústia do PSD é que, com Sócrates no poder, o país começa a ver no PS o tal centro que sempre procurou e no PSD a direita que, antes de Paulo Portas, o CDS representava.

No implosivo CDS-PP esta hipótese parece estar bem entranhada, o que porventura explica a urgência no ataque ao actual líder: o partido, à semelhança do que acontece com o Bloco de Esquerda, está espectáculo-dependente e Ribeiro e Castro não tem perfil para as grandes produções.

Aos poucos, desenham-se 3 grandes blocos, ao invés dos 2 que muitos defendem: o velho socialismo com cores modernas, representado pelo PCP e pelo BE; o realismo dominante, unipartidarizado pela acção estratégica do PS; e os conservadores do CDS-PP e do PSD que, entre 2001 e 2004, por 3 vezes corroeu a sua imagem de grande partido.

Nesse sentido, a eleição de Cavaco Silva calha na perfeição ao PS: no momento em que o partido enfrenta um período de transição, seria desastroso ter no orgão máximo do Estado alguém das suas cores a segurar o estandarte do socialismo; como quadro, fica bem melhor um presidente com clara ligação ao PSD com uma postura marcadamente conservadora.

[Nuno]