19.10.05

era uma vez

três homens que se preparavam para um concurso. Vamos chamar-lhes Aníbal, Mário e Manuel.

O concurso consistia em duas rondas de desafios para seleccionar o próximo dirigente do jogo, sendo que na primeira participavam todos os jogadores e na segunda aquele que fosse afastado apoiaria um dos outros.

Cabia ao público escolher o mais capaz.
Dadas as experiências anteriores e os perfis dos jogadores, os membros do público elegiam em segredo o seu favorito e formavam opinião sobre as hipóteses de cada um vencer.

Aquele que parecia ter menos hipóteses era o Manuel. Pouco apoiado, enfrentava adversários de grande calibre e experiência, com estratégias delineadas por especialistas e claques de encorajamento bem treinadas.

Aníbal tinha fama de inflexível mas tinha conseguido que o público acreditasse que aplicaria a força com serenidade. Bastaria portanto que o juri acreditasse que usaria os novos poderes de forma discricionária e castigadora.

Quanto a Mário, não havia como inverter a imagem de simpatia que havia gerado. Havia então que transformá-lo em pateta. Que tal começar por lembrar que o Mário já existia há muito quando qualquer um dos outros jogadores nasceu, e que era preciso não descurar o respeito devido a pessoas assim? Infantilizá-lo.

Uma coisa parecia certa: havia que enfrentar os dois de uma vez, se jogasse com o olho na segunda volta e se concentrasse apenas num deles estaria condenado.