Declínio do “nós, as mulheres”
Foi com alguma surpresa, e agrado, que descobri que, em Outubro de 2005, se realizou o primeiro Forum Mundial Feminino (www.womens-forum.com). Diga-se desde já que, este Forum não tem como objectivo servir de luta à desigualdade social dos sexos, destacando-se da teoria social, corrente filosófica e movimento político conhecido por “feminismo”, antes pretendendo construir uma visão, influência e impacto femininos na economia e sociedade mundiais.
Entre vários temas abordados, gostaria de destacar a intervenção da antropóloga francesa Françoise Héritier que pretendeu analisar temas como: (i) qual foi a origem do domínio masculino; (ii) como é que desigualdades entre sexos foram legitimadas; e (iii) como podemos ultrapassá-las.
Este tema é-me particularmente interessante porque, estou grávida... de outra mulher. E como mãe, preocupa-me que a sua educação (bem como a do seu irmão) seja crivada de inequidades.
Naturalmente, tenho consciência de que homens e mulheres são diferentes, mas recuso-me a aceitar teorias do tipo “a mulher é biologicamente inferior”. Na realidade, ao longo da história, as mulheres enfrentaram obstáculos que impediram o seu desenvolvimento e preservaram a dominância masculina, nomeadamente a privação:
· da liberdade de escolher o seu destino;
· do controlo sobre a fertilidade;
· do conhecimento; e
· do acesso a posições de autoridade.
Nas últimas décadas, as mulheres que vivem no mundo ocidental têm assistido a uma mudança substancial de postura. As mulheres são mais activas, autónomas, independentes, confiantes e, diga-se, em abono da verdade, que não é por isso que perderam a sua feminilidade. Como mulher sinto-me então na obrigação de:
· agradecer a quem alterou atitudes, valores e preferências pessoais da sociedade: mulheres e homens das últimas gerações – e pessoalmente, em primeira instância à minha mãe;
· enaltecer a realização de eventos como o Forum que analisam com rigor e conhecimento o passado da dialética homem / mulher sem entrar em radicalismos ou discussões de que sexo será mais válido e que potenciam uma sociedade com uma visão mais integrada em termos de género; e
· assegurar que a futura geração de mulheres (nisto incluindo a educação de filho e filha) tenha a liberdade de escolher o seu destino.
Finalmente, não posso deixar de aqui referir o meu desconforto perante frases que generalizam e começam com “nós, as mulheres”.
[Patrícia]
Entre vários temas abordados, gostaria de destacar a intervenção da antropóloga francesa Françoise Héritier que pretendeu analisar temas como: (i) qual foi a origem do domínio masculino; (ii) como é que desigualdades entre sexos foram legitimadas; e (iii) como podemos ultrapassá-las.
Este tema é-me particularmente interessante porque, estou grávida... de outra mulher. E como mãe, preocupa-me que a sua educação (bem como a do seu irmão) seja crivada de inequidades.
Naturalmente, tenho consciência de que homens e mulheres são diferentes, mas recuso-me a aceitar teorias do tipo “a mulher é biologicamente inferior”. Na realidade, ao longo da história, as mulheres enfrentaram obstáculos que impediram o seu desenvolvimento e preservaram a dominância masculina, nomeadamente a privação:
· da liberdade de escolher o seu destino;
· do controlo sobre a fertilidade;
· do conhecimento; e
· do acesso a posições de autoridade.
Nas últimas décadas, as mulheres que vivem no mundo ocidental têm assistido a uma mudança substancial de postura. As mulheres são mais activas, autónomas, independentes, confiantes e, diga-se, em abono da verdade, que não é por isso que perderam a sua feminilidade. Como mulher sinto-me então na obrigação de:
· agradecer a quem alterou atitudes, valores e preferências pessoais da sociedade: mulheres e homens das últimas gerações – e pessoalmente, em primeira instância à minha mãe;
· enaltecer a realização de eventos como o Forum que analisam com rigor e conhecimento o passado da dialética homem / mulher sem entrar em radicalismos ou discussões de que sexo será mais válido e que potenciam uma sociedade com uma visão mais integrada em termos de género; e
· assegurar que a futura geração de mulheres (nisto incluindo a educação de filho e filha) tenha a liberdade de escolher o seu destino.
Finalmente, não posso deixar de aqui referir o meu desconforto perante frases que generalizam e começam com “nós, as mulheres”.
[Patrícia]
3 Comments:
como "mulher" quero dar-te os parabéns por esta iniciativa: a de começar a escrver no Cloque!
bjs (às duas!!! :) )
:-)
Um sorriso! É a minha reacção mais simples ao que Patrícia (julgo que Almeida) escreveu.
Poderia dissertar sobre a tradição dos "Almeidas" nos centros urbanos, mas julgo que iniciaria uma discussão sem tréguas.
Limito-me a dizer que as mulheres têm, tal como os homens, o lugar que conseguiram conquistar.
São especimes visiveis nos diversos PBX da nossas empresas e organismos. Também em lugares de secretariado para tratar de furar e agrafar papeis...
Sempre que chegam a lugares de importância são autistas e impertinentes. Logo não seria de admirar que tão poucas cheguem a tais lugares.
Um exemplo simples. Tão simples que as mulheres poderão concerteza compreender: Alguém imagina uma Sra. Thatcher ou uma Manuela Ferreira Leite numa versão homem? Claro que não. Nesse caso seriam dialogantes e moderados.
Um beijo muito grande
(sem) comentários,
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Agradeço a sugestão que recebi de um amigo: volto a abrir o blog a comentários, todos benvindos. Se aparecer uma nota a avisar que um deles foi apagado, será spam que eliminei, nunca participações de qualquer espécie.
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