29.11.05

Assim não vai dar

Se quiser imitar Cavaco e simular postura presidencial, Soares tem que sair do país quanto antes, sob pena de perder credibilidade.
Tem que entender que os portugueses não estão habituados a vê-lo tanto tempo por cá.

Para além do que conviria questionar periodicamente as decisões do Governo. É quase um traço de personalidade. Mas esta parte penso que já percebeu, pois já deu um arzinho da sua graça.

Finalmente, deveria ser mais lesto a mudar de opinião: uma vez por dia parece não chegar para alterar o rumo das sondagens.

P.S.: não deixa de ser curioso que um político do calibre de Mário Soares pareça desbaratado em campanha. Se está em condições de concorrer, os seus objectivos e a sua estratégia permanecem envoltos em mistério. Se não está, são os propósitos de quem o apoia que levantam dúvidas.

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Será que existe algo do mesmo género (legal) para livros?

25.11.05

não são, não digas isso...

José Socrates


Otelo Saraiva de Carvalho

Estou a dizer-te que não são parecidos!

22.11.05

fundos de pensões

a verificar-se, a transferência dos fundos de pensões dos quadros bancários para o regime geral da Segurança Social constituiria um atentado gravíssimo contra a saúde das contas nacionais e o pudor na gestão dos direitos dos contribuintes.

De acordo com as informações veículas aos bochechos por entidades com conhecimento de causa, a gestão destes fundos não foi, a montante e a jusante, eficaz, pelo que se verifica a presente uma insuficiência de activos para cobrir as responsabilidades assumidas perante os beneficiários.

A fazer fé nestas informações, credibilizadas pela estranheza da actuação dos Bancos nesta novela, chocam a aparente complacência das instituições perante este caso e a incapacidade dos investidores institucionais com maior influência junto do público na gestão de mecanismos de investimento de tamanha relevância.

Como investidor particular, retraio-me agora na entrega dos meus activos ao departamento de gestão de investimentos de qualquer Banco. Se não conseguem administrar adequadamente a carteira dos seus fundos de pensões, porque hão-de conseguir fazer melhor com a minha?

Por outro lado, insurjo-me contra a utilização da Segurança Social como pano de absorção para estas situações. Não basta o estado de desequilíbrio irreparável em que já se encontra o fundo de pensões de todos nós, pretende-se agora que assuma responsabilidades acrescidas sem contrapartidas credíveis.

Se assim não for, e na verdade os fundos a transferir estiverem equilibrados, qual o interesse dos Bancos na cedência de fundos avultadíssimos ao sistema público?

Para o Orçamento de Estado, no ano em que a transferência for efectivada o saldo será positivo, mas no futuro as contribuições para a Segurança Social continuarão a exigir uma parcela crescente dos gastos do Estado.

Para os que agora decidem, quando a bolha estoirar outros ocuparão os seus lugares.
Para todos nós, o problema é que esses outros serão os mesmos de sempre.

16.11.05

alegre(ia)

A 22 de Julho de 2004, Manuel Alegre é candidato a secretário-geral do PS.

Recordando tons do discurso, "Eu não provoquei isto. Foram os acontecimentos que vieram ter comigo" e "Entro na corrida pelo debate de ideias, para clarificação, para que se saiba qual o projecto do PS para o país", creio detectar uma tendência.

Na altura como agora, fica por perceber exactamente porque corre Alegre. Quem avança por convicção não se justifica com os outros.

Se a sua intenção é, como alegadamente foi, agitar as águas, importa questionar a efectiva contribuição dessa postura para o esclarecimento dos votantes e clarificar a sua visão do papel dos media e da capacidade de apreensão da sociedade civil.

A contradição é por demais evidente e, para muitos, decepcionante: se estava disposto a ser apoiado pelo PS antes do partido anunciar Soares como candidato oficial, não faz qualquer sentido basear a sua campanha na luta contra a ditadura dos partidos.

Confirmando-se que as decisões de candidatura foram puramente reactivas, como qualquer análise aos elementos comuns das duas poderá indiciar, resta apenas anunciar a data em que prevê ceder os seus votos estimados.

15.11.05

undo

quanto valeria na vida real?

Como seria simples a vida se bastasse carregar num botão para desfazer cada estrondosa e angustiante burrice e se fosse possível antever as consequências de cada decisão antes de efectivá-la: a experimentação seria risk-free, o risco em si deixaria de existir e o custo de oportunidade perderia validade, por força da reversibilidade.

Ao observar as tendências comportamentais, creio entrever já o primeiro esboço da sociedade undo, dominada por uma geração techie que questiona a distinção entre ambiente virtual e mundo real.

Aparentemente tudo é possível, perseguir os sonhos a todo o custo é razoável, qualquer situação tem saída e todo o problema tem uma solução informática.

O que é feito do binómio acção-consequência, da separação entre o mundo dos sonhos e a realidade? Seremos vítimas de delírio cinematográfico colectivo?

10.11.05

se eu conduzisse

um veículo potencialmente prioritário e, numa situação em que essa prioridade não se aplicasse, me deparasse com uma fila, não posso garantir que resistisse a ligar as sirenes.

Ninguém manda parar uma ambulância ou um carro da polícia para verificar se está mesmo em situação de emergência.
Bastaria portanto lembrar-me de desligar a parafernália um pouco antes de chegar ao destino para poder passear tranquilamente pelas ruas mais complicadas da cidade em hora de ponta.

Irresistível.

O que me leva a pensar com estranheza nos inúmeros casos em que fui surpreendido pelo súbito ataque do equipamento sonoro de uma ambulância no meio do trânsito, tendo em conta que o volume desses aparelhos é habitualmente suficiente para se fazer ouvir a quarteirões de distância.

8.11.05

já se percebeu

que ninguém vai aderir à causa «Cavaco não é bom presidente porque só sabe de economia e finanças».
Está visto que, neste momento, isso é bem visto.

Porque deixam cimentar o mito da omnisapiência económica cavaquista?
Bem vistas as coisas, até agora o próprio ainda não precisou de demonstrar quaisquer qualidades nesse campo, pois são-lhe creditadas à cabeça sem esforço.
Tem-lhe bastado gerir o silêncio enquanto os restantes candidatos o atacam com questões que não o atingem.

Há uma estratégia alternativa: criar suspeição sobre a real competência do prof. nessas matérias. Sem ideologias à mistura, isso arruinaria todos os esforços.
Basta a dúvida para tirá-lo do pedestal.

4.11.05

CIA Holds Terror Suspects in Secret Prisons

a notícia, em directo da guerra da (des)informação...

Paris

Depois de 8 dias consecutivos de conflito em Paris, os confrontos estendem-se agora a outras regiões francesas. Perante a escalada incontrolada da violência, coloca-se a hipótese de mobilizar o exército para controlar a situação.
Os analistas discutem as motivações socio-económicas do fenómeno. Aqui de perto imaginamo-nos neste cenário, que sabemos poder reproduzir-se à nossa volta, e subitamente sobressaltamo-nos pela instabilidade da nossa paz interna.
As sociedades actuais fermentam guerras civis iminentes e as metrópoles, com os seus bairros degradados e condomínios privados, são reflexos toscos do choque de civilizações repetidamente adiado.

3.11.05

Compal vendida à dupla CGD e Sumolis

A Sumolis e o grupo Caixa Geral de Depósitos assinaram um acordo de compra da Compal e a Nutricafés à Nutrinveste através de uma sociedade que será detida em 80% pela instituição financeira estatal, segundo comunicados emitidos pelas empresas. O valor da operação foi de 450 milhões de euros.

Estou em pulgas para conhecer os próximos alvos do grupo CGD. Apostaria na pesca da sardinha e do bacalhau, um sector com claríssimo enquadramento na estratégia de crescimento do grupo.

Diz-se por aí que o que interessa é que fique em mãos portuguesas. Pois bem, sugiro então que cortemos a eito e nacionalizemos tudo o que mexa, ao menos poupa-se tempo.

2.11.05

j'aime les petites photos



contra o cultivo da insensibilidade

me bato em permanência.

Por isso faço eco da chamada de atenção para a Proximizade.

1.11.05

a especialização

Em breve deixaremos de saber conversar, afundados no estudo de perspectivas microscópicas de segmentos infinitamente pequenos do conhecimento.

Círculos fechados de pensamento único formam-se, tranquilizados pela pretensa inexistência de ideias perturbadoras do status quo, seguros da sua capacidade de influência e divulgação.

Contudo, em simultâneo movimentos underground contestam esta realidade e lutam pela expansão do alcance da perspectiva. Teorias unificadoras e modelos de lógica invertida são edificados na tentativa de resposta às dúvidas de quem olha longe.

A especialização parece inevitável. Qual undertow no contra-ciclo da onda, esmagado pela força do movimento, resisto. Sou contra.

quanto custa

aquilo?

Cem contos... na moeda antiga.

Pois claro, a moeda nova não tem contos.

Valentim Loureiro

afirmou ter tido uma relação umbilical com o seu ex-partido.

Marques Mendes cortou o cordão, do que se depreende que assumiu o papel de médico. Mas uma pergunta fica: quem se alimentava de quem?