28.3.06

sou Benfica


Somos milhões e uma só alma
esta alegria de estarmos aqui
erguendo a voz solto a bandeira
ser do Benfica todos por ti

sou soooou sou soooou Benfiiiiiiiiiiiiiiiiica,
sou soooou sou soooou Benfiiiiiiiiiiiiiiica

nobre é a história da grande águia
de ouro e glória, nas provas ganhas
somos a força aqui presente
anda Benfica vamos para a frente

sou soooou sou soooou benfiiiiiiiiiiiiiiiiiica,
sou soooou sou soooou benfiiiiiiiiiiiiiiiiiica,
sou soooou sou soooou benfiiiiiiiiiiiiiiiiiica,
sou soooou sou soooou benfiiiiiiiiiiiiiiiiiica,
sou soooou sou soooou benfiiiiiiiiiiiiiiiiiica,
sou soooou sou soooou benfiiiiiiiiiiiiiiiiiica,
sou soooou sou soooou benfiiiiiiiiiiiiiiiiiica,
sou soooou sou soooou benfiiiiiiiiiiiiiiiiiica.
[Nuno]

23.3.06

ingenuidade

Se o todo é maior do que a soma das partes, porquê então dividi-lo?

[Nuno]

22.3.06

mudo de vida

De vez em quando, olho para a minha casa e incomodo-me com o estado em que se encontra. Ao nível da arrumação, da disposição dos móveis ou até da própria distribuição das divisórias.
Nesses momentos, se pudesse operava uma alteração radical. No entanto, encolho-me no pragmatismo e fico pela angustiante tentativa de arrumar os papéis que, no fluir dos dias, criteriosamente distribuímos pelos múltiplos pontos de arrumação desencantados.

Esta capacidade para adiar o problema tem duração limitada e resiste apenas enquanto não chega a grande decisão. Do nada surge a determinação e a tal mudança dramática que implorava realização.
De lar a casa passa a espaço. Pequeno, medíocre ou apenas neutro. De qualquer forma, o presente converte-se em passado e só o futuro é visível.

O mesmo se passa na vida.
De repente, as lógicas vigentes tropeçam nas questões que há muito me assaltam e deixo de conseguir evitar dar voz às respostas que conheço de cor.
Passo a recusar para o porvir algumas escolhas que serviram para a construção da minha história. Foram certas no seu tempo mas estão ultrapassadas.

Orgulho-me do algo que fiz mas selecciono com rigor aquilo que guardo.
Tremo perante a exigência da separação de um caminho que percorri por tanto tempo, mas os passos perdidos nas memórias só a essas pertencem.

Seja como for, não me escondo mais. As escolhas que faço são minhas, recuso o medo de as assumir e limito-me a observar as reacções.
Por sorte, não estou só. Levo comigo a personificação da coragem e do companheirismo.

[Nuno]

20.3.06

mapa político

A maior angústia do PSD é que, com Sócrates no poder, o país começa a ver no PS o tal centro que sempre procurou e no PSD a direita que, antes de Paulo Portas, o CDS representava.

No implosivo CDS-PP esta hipótese parece estar bem entranhada, o que porventura explica a urgência no ataque ao actual líder: o partido, à semelhança do que acontece com o Bloco de Esquerda, está espectáculo-dependente e Ribeiro e Castro não tem perfil para as grandes produções.

Aos poucos, desenham-se 3 grandes blocos, ao invés dos 2 que muitos defendem: o velho socialismo com cores modernas, representado pelo PCP e pelo BE; o realismo dominante, unipartidarizado pela acção estratégica do PS; e os conservadores do CDS-PP e do PSD que, entre 2001 e 2004, por 3 vezes corroeu a sua imagem de grande partido.

Nesse sentido, a eleição de Cavaco Silva calha na perfeição ao PS: no momento em que o partido enfrenta um período de transição, seria desastroso ter no orgão máximo do Estado alguém das suas cores a segurar o estandarte do socialismo; como quadro, fica bem melhor um presidente com clara ligação ao PSD com uma postura marcadamente conservadora.

[Nuno]

18.3.06

pensamento do dia

A solidariedade institucional, cooperação institucional, cooperação estratégica, ou o que quiserem chamar-lhe, é como o acordo tácito entre pais perante os filhos: um pode discordar em absoluto de determinada decisão do outro mas sabe que o momento em que os filhos detectarem um ponto mais débil na união é o princípio do fim da legitimidade parental.

[Nuno]

13.3.06

BCP lança OPA sobre BPI

...quando OPA um português, OPAm 2 ou 3...

[...] Quem não diz: -AVE! Quem não diz: -EIA!
Quem não diz: -OPA! Que bela sopa! [...]
eu opo
tu opas
ele opa
nós opamos
vós opeis
eles opam
[Nuno]

8.3.06

Vermelho

A cor do meu batuque tem o toque e tem o som da minha voz
Vermelho, vermelhaço, vermelhusco, vermelhante, vermelhão
O velho comunista se aliançou ao rubro do rubor do meu amor
O brilho do meu canto tem o tom e a expressão da minha cor
A cor do meu batuque tem o toque e tem o som da minha voz
Vermelho, vermelhaço, vermelhusco, vermelhante, vermelhão
O velho comunista se aliançou ao rubro do rubor do meu amor
O brilho do meu canto tem o tom e a expressão da minha cor
Meu coração
Meu coração é vermelho, hei, hei, hei
De vermelho vive o coração, ê, ô, ê, ô
Tudo é garantido após a rosa vermelhar
Tudo é garantido após o sol vermelhecer
Vermelhou no curral a ideologia do folclore avermelhou
Vermelhou a paixão, o fogo de artifício da vitória vermelhou
Vermelhou no curral a ideologia do folclore avermelhou
Vermelhou a paixão, o fogo de artifício da vitória vermelhou
[Nuno]

atitude

Na visita de Sócrates e escolta à Finlândia, os representantes dos dois países trocaram galhardetes. Telemóveis recebemos, vinho do Porto entregámos.

Um dos jornalistas a comentar o evento teve a infelicidade de vaticinar que até na escolha dos presentes se notava a diferença entre Portugal e o país nórdico.

E digo infeliz porque estou certo de se tratar de um comentário irreflectido. O que diria este comentador se Sócrates entregasse produtos da Chipidea? Também se trata de um líder mundial em produtos de alta tecnologia.

A descaracterização poderia trazer-nos progresso, mas só com crescimento sustentado nas bases edificadas ao longo da história conseguiremos desenvolvimento.

Bem mais demonstrativo da diferença entre os dois países é justamente o derrotismo prepotente do jornalista, apenas mais um que se esquece da responsabilidade que acarreta o acesso a lugares de exposição pública.

Se calhar é tempo de obrigar os media a esclarecer em cada momento o que é notícia e o que não passa de opinião. Nos dias que correm, a informação tornou-se uma commodity, enquanto a credibilidade daqueles que a fornecem se afirma cada vez mais como um bem terrivelmente escasso.

[Nuno]

7.3.06

futebolês

Hoje ouvi, num café situado numa zona de serviços financeiros, um cidadão anónimo (para mim, claro está) comentar qualquer coisa como «equipa tal claudicou em termos físicos». Nem mais nem menos, futebolês puro no ambiente mais improvável.

Tendo em conta que já não é o primeiro episódio que testemunho nesta saga de contágio entre a gíria futebolística e a linguagem comum, imaginei um treinador de bancada profissional a tentar «fugir à marcação» do chefe no emprego:

- chefe, hoje vou para casa mais cedo, estou a claudicar em termos físicos...

[Nuno]

e voltou mesmo...

Paulo Portas quebra «silêncio» que mantém há um ano

Da notícia, sobre cujo conteúdo seguramente o próprio PP nada teve a opinar, destaco momentos épicos:

- «O ex-líder do CDS-PP, Paulo Portas, quebra o silêncio quase absoluto que mantém desde há um ano, com a estreia terça-feira de um programa quinzenal de opinião na SIC Notícias para «retirar à esquerda o monopólio da palavra».» Lá está, eu sempre desconfiei que Marcelo Rebelo de Sousa, Pacheco Pereira e Lobo Xavier actuavam encapotados...

- «Questionado sobre o «timing» deste seu regresso à vida pública (apesar de ser deputado têm sido raríssimas as intervenções de Paulo Portas), o antigo líder democrata-cristão relembra o que prometeu no congresso em que se despediu da presidência do CDS. «Nessa altura, disse que o país iria ter um novo ciclo político: um novo Governo em funções, uma nova maioria parlamentar e um novo Presidente empossado», afirmou, explicando que aguardou que esse ciclo estabilizasse para aceitar fazer um programa de opinião.» Exactamente, PP sempre fez questão de preservar a estabilidade política...

- «Portas recusa também ver «O Estado da Arte» como uma rampa de lançamento para um regresso mais activo à política. «A televisão não é uma réplica do Parlamento nem um eco partidário», defendeu, sublinhando que não irá «confundir os planos».» Pois, nem a televisão nem os jornais...

- «A terminar, um breve comentário sobre os Óscares, atribuídos esta madrugada, ou não fosse Paulo Portas um apaixonado do cinema.» Diria mesmo que é um apaixonado de todas as grandes produções...

Caro Manuel Monteiro, é assim que se faz. Este jogo não é para quem quer, é para quem pode.

[Nuno]

6.3.06

hands-on

Embora haja quem questione o papel de Sócrates nas sessões de apresentação dos diferentes projectos com maior ou menor importância estratégica, acredito que a sua presença é relevante e ajustada.

O cargo de Primeiro-Ministro é executivo e, embora saibamos (e assim desejemos) que ele não irá participar nos grupos de trabalho, o seu desempenho enquanto dínamo dos processos é essencial para o sucesso.
Para reserva de Estado já nos chega o Presidente da República, e para figuras ilustrativas temos o rei-em-potência.

Quanto à propaganda, escusado será voltar a referir a sua relevância, sobretudo no contexto de falta de confiança em que nos encontramos nos foros individual e social.

[Nuno]

in your face!

Não percebo, o vencedor do Oscar para o Melhor Filme foi Crash, uma pedrada no charco da abordagem cinematográfica às tensões raciais, sociais e culturais, e não o favorito Brokeback Mountain, um romance cuja única novidade reside no sexo de um dos amantes.

Comparando, temos:
  • Crash: «The lives of a diverse group of people living in Los Angeles connect and clash over the course of two days. As a series of events unfolds that will heighten already-existing racial and cultural tensions, individuals are brought face to face with complexities that their prejudices have prevented them from seeing.»
  • Brokeback Mountain: «Two young cowboys in the 1960s develop a strong bond that turns to love over the course of a summer in the Wyoming mountains. As they share herding duties in an isolated setting, Ennis and Jack find themselves drawn into a relationship--made impossible by the time and circumstances in which they live--that will color the rest of their lives.»

Só pode ter havido um erro...

[Nuno]

1.3.06

lógica libertária

Se os jornalistas têm liberdade incondicional de expressão, o Ministério Público tem liberdade incondicional de investigação.

[Nuno]

um dos reinados chega ao fim


[Nuno]

Chefe no feminino

Volto ao tema. Justifico a reincidência ao mesmo por, até à data, não haver mais contributos femininos neste espaço. É que, como noutros espaços, são os homens mais propensos à vontade de manifestar a sua opinião. Opinião essa que é defendida com ferocidade. E esta postura é natural, afinal não é o exibicionismo uma característica comum ao género masculino na natureza? Inversamente, as mulheres tendem a ter uma postura mais discreta, preferindo desempenhar o seu papel no campo da ajuda à resolução de conflitos e respeitando as diversas perspectivas em causa.

E talvez seja este um dos factores que tem impedido as mulheres de se afirmarem em lugares de liderança. Na execução de certas posições espera-se combatividade e mesmo inflexibilidade. Não são características que as mulheres não tenham mas, regra geral, não são impelidas para a sua ostensiva revelação ou defesa pelo que não se lhes é reconhecido o “pulso firme”.

Para aceitar com responsabilidade posições de decisão, as mulheres têm de conseguir assegurar a gestão da família e da casa, ou seja, delas são esperadas pelo menos três responsabilidades primárias: maternidade, casamento e carreira, enquanto que do homem se espera a concentração em apenas uma: a carreira.

Finalmente, apesar de poderem ter um elevado potencial, a dada altura muitas mulheres têm de optar por constituir família. Mais uma vez a natureza impele-as a responder “presente!”, e esta resposta tem impacto na carreira profissional.
Uma nota final para reconhecer que a vida familiar tem vindo a mudar havendo maior envolvimento dos pais. Os pais (também eles profissionais) ficam mais sensibilizados para o nível de exigência que é requerido a um casal com filho(s) em que ambos os progenitores trabalham.

Patrícia