31.1.06

ligações à net

Duas pérolas que recebi por e-mail:

www.streetracersonline.com, com especial destaque para esta secção. Para quem gosta de velocidade em pleno tráfego urbano...

www.themeatrix.com e a origem dos produtos alimentares que pomos à mesa.

29.1.06

alto e bom som

Parabéns ao Sporting pela vitória bem merecida na Luz.

No fundo, é só isto que se pede ao futebol.

27.1.06

a vertigem dos milhões

Esta semana a corrida às casas de apostas foi notória. A razão é clara: há um prémio de 146 milhões de euros em jogo no Euromilhões.

Mas esta corrida tem outra leitura bem óbvia: há muitas pessoas a jogar esta semana que normalmente não jogam. Porque nas restantes semanas do ano é muito raro ter que fazer fila para entregar as apostas, e esta semana esse cenário foi regra.

Só vejo duas hipóteses explicativas para este comportamento: essas pessoas acham que não se justifica jogar por prémios mais pequenos ou acreditam que têm mais possibilidades de ganhar algo quando o montante em jogo é tão elevado.

Se a resposta reside na primeira alternativa, resta-me perguntar a um qualquer cidadão escolhido ao acaso se tem planos para aplicar 25 milhões de euros. Isto, para quem ainda não se habituou ao euros, são 5 milhões de contos!

Mas se a segunda hipótese for a correcta, então há uma reflexão que talvez importe fazer:
a) a probabilidade de uma aposta individual acertar na chave completa é exactamente a mesma com e sem jackpot, visto que o processo de extracção é fixo;
b) a probabilidade de alguém acertar na chave completa é maior se houver mais apostas, pela simples razão que há mais combinações em jogo;
c) apesar de a) e por causa de b), o resultado esperado de uma aposta individual em caso de jackpot pode ser inferior ao que se verifica num jogo standard.

complexidades

Hoje à hora do almoço encontrei uma ex-colega.

A conversa foi algo parecido com isto:
- Então, como vão as coisas por lá? - perguntei.
- Ah, já sabe, tudo na mesma. As coisas ali não mudam...
- Então mude-as!
- Ah! Eu não!

o cúmulo do ridículo é

um funcionário público a mandar palpites sobre «empreendedorismo».

deixo a ligação

para um grande artigo de opinião sobre a burocracia e as promessas de Sócrates.

26.1.06

cidadania


Manuel Alegre, vice-presidente da Assembleia da República, mostra-se «disponível para continuar a dar voz à cidadania», no combate ao clientelismo e outras coisas que tal.
Não consigo perceber o que quer isto dizer em concreto, e preocupa-me que os partidos levem a coisa de ânimo tão leve.

Se de facto existe alguma ameaça ao sistema democrático, se os partidos são antros de corrupção e manipulação e os cidadãos estão privados de qualquer possibilidade de intervenção cívica, ocorre imediatamente perguntar porque Alegre não deu antes o grito do Ipiranga.
E os partidos deveriam estar preocupados em esclarecer exactamente em que medida se aplica esta pretensa necessidade de mudança.

No entanto, o comportamento generalizado parece indiciar que tudo não passa de retórica.
Será que o movimento de cidadania é afinal um caso de orgulho ferido?

25.1.06

come out,

come out, wherever you are...

piadas fáceis

Sporting oferece Koke ao treinador

ou

Sporting vai buscar Koke para espevitar o plantel

ou ainda

Se Jardel ainda estivesse no SCP, jogaria bem com Koke

23.1.06

e este senhor,

porque se esquecem da sua imensa derrota?

ontem

não foi só dia de eleições.
A montar pela primeira vez, nem a trote se intimidou, antes gargalhou.

só eu sei


porque não fico em casa!

21.1.06

não resisto


a partilhar isto que recebi por mail

18.1.06

criação de necessidades

Ao observar o comportamento de alguns arrumadores, lembro-me com frequência daquelas organizações que cobram coercivamente dinheiro às pessoas para protecção.
A lógica é similar, pois embora o serviço prestado seja a priori desprovido de valor, a sua utilidade objectiva é facilmente comprovável: se o «cliente» não pagar, aquilo que o serviço pretende evitar pode efectivamente acontecer.

Em termos abstractos, são dois exemplos drásticos de criação de necessidades: o consumidor não só não as sente como efectivamente não as tem (razão pela qual não se pode falar em detecção de necessidades), mas acaba por adquirir o serviço pois a tal é de alguma forma coagido.

Nas sociedades de consumo de hoje, a fronteira entre as necessidades que se detecta e as que se inventa é no mínimo ténue. A coacção que leva o indivíduo a comprar não é física, é social e emocional.

Quais as necessidades preenchidas numa criança ao receber dez bonecas em vez de uma só pelo Natal? Ou num adulto que se endivida bem para além das suas capacidades para comprar bens de luxo?

Os cidadãos das sociedades actuais são de certa forma equiparáveis aos guerrilheiros que temem o fim da guerra: reconhecem que a situação actual não é sustentável mas recusam por-lhe travão pois duvidam do seu enquadramento numa nova ordem social.

17.1.06

esquizofrelítica

Os actores, sobretudo aqueles com papéis em séries de longa duração ou telenovelas, queixam-se de ser confundidos na rua com as personagens que interpretam.

Este fenómeno também se verifica na política:

- Sr. Primeiro Ministro, se me permite...
- Deve estar a fazer confusão, eu sou o secretário-geral do PS!
- A semelhança é notável! Sabe onde posso encontrar o PM?

Como será que os membros do Governo conseguem a proeza de vestir e despir a pedido os fatos de governantes de Portugal?

Confesso que me intriga a lógica de funcionamento do sistema: se os eleitores escolhem um partido para governar, esse partido devia ser o principal responsável pelo controlo do trabalho das pessoas que nomeou para o representar nas tarefas da governação.
Ao invés disso, fica refém de uma lógica em que o líder do Governo assume a chefia do partido e onde a disciplina partidária está acima das responsabilidades perante o eleitorado.

Só assim se explica que os membros do Governo, representantes de todos nós a partir do momento em que aceitaram os cargos, se sintam na obrigação de comparecer na campanha do candidato apoiado pelo partido.

neoliberalismos

Estarão os candidatos baralhados ou será sua intenção baralhar os eleitores?

Se Cavaco é, como dizem, «neoliberal», porque se apresenta com a proposta mais intervencionista?

Se os votos não pertencem a qualquer partido ou candidato, como reclamam em contínuo, porque apelam repetidamente ao «eleitorado de esquerda»?

Se a idade não é relevante, para que servem os mandatários da juventude?

Se uma das funções de um presidente é ser «ouvidor», para quê tanto drama porque Cavaco fala pouco?

Se a principal atribuição do PR é garantir o regular funcionamento das instituições, porque se fala tanto em ideias para o país?

Se o grande perigo na potencial eleição de Cavaco é a sua conflitualidade, porque é ele o único candidato que ainda não atacou qualquer um dos outros?

Se Cavaco sabe, porque seguramente o sabe, que a liberdade de acção do PR nos momentos cruciais depende do respeito escrupuloso do seu raio de acção, porque procura passar a ideia de uma intervenção regular no teatro social?

Se elegemos um Governo por maioria absoluta há tão pouco tempo, por que razão estas eleições são tão importantes para devolver a confiança ao povo?

Se Jerónimo de Sousa, Francisco Louçã e Garcia Pereira concorrem mesmo à Presidência da República, porque continuam na corrida nesta fase?

Se todos concordam que «as sondagens valem o que valem», porque continuam os media a gastar dinheiro nas mesmas?

Se todos os candidatos fossem «candidato-algo», como Alegre é «candidato-poeta», qual seria o cognome dos restantes?

16.1.06

ai se o voto não fosse secreto,

pensa Socrates...

13.1.06

efeito 5 de Outubro

refiro-me à Av. 5 de Outubro, não à data da implantação da República.

Também poderia chamar-lhe «efeito Almirante Reis», «efeito Av. Lusíada junto ao Colombo» ou até «efeito IC 19 ao sábado».
Falo do hábito infeliz de estacionar o carro na faixa de rodagem de vias de grande circulação.

O que leva alguém a crer que a falta de espaço para estacionar perto do destino legitima a redução de algumas das vias com maior intensidade de tráfego do país à dimensão de estradas secundárias com velocidade média de circulação a rondar os 10 km/h?

Mas a moda pegou. De tal forma que nem a polícia parece ver no facto qualquer inconveniente:
- Desculpe, o sr. não pode estar parado aí, tem que circular.
- Ó sô guarda, mas é que não há lugares aqui perto!
- Ah, pois claro, não tinha reparado. Tudo bem, mas veja lá se não demora muito...

E o mesmo se passa com as conversas telefónicas ao volante. Falar ao telemóvel enquanto se conduz tem hoje como máxima penalização potencial por parte das autoridades uma pequena repreensão, sob a forma de uma apitadela seguida de um olhar de reprovação.

Ter leis e não as aplicar acaba por ser pior do que não as ter de todo, pois cria o sentimento de impunidade.

9.1.06

curiosidade

Seria interessante apurar quantos eleitores se predispõem a votar Cavaco só para evitar a segunda volta.

Como o resto do mundo, acho que «as sondagens valem o que valem» (uma bela expressão redonda que certamente ficará para a história), mas não deixa de ser curioso que, cada vez que a marca de Cavaco decresce para valores próximos dos 50% numa sondagem, volte a ganhar expressão de forma drástica na seguinte.

Estou seguro que outras interpretações haverá, mas leio nessa tendência uma vontade comum inequívoca de arrumar o assunto desde já.

Nesse contexto, a crescente presença dos membros do Governo nos eventos de campanha de Soares terá provavelmente um efeito contraproducente: enquanto cidadão preocupado com o estado do país, quem está disposto a deixar que os nossos governantes continuem a desperdiçar assim o seu tempo, que afinal é o de todos?

4.1.06

centésimo

post do cloque!

wild at heart

















Comprei e revi.

Para quem venera Lynch, www.lynchnet.com

3.1.06

1.

sou o lírico que assume que falha
sem contudo deixar de tentar a sorte,
que se atira e cai em desamparo
e sente em redor o múltiplo disparo
pela ousadia de desafiar a morte

no chão que me engole a malha incide,
calca a poeira que levantei na passada,
afunda o casulo da larva em mim,
na esperança de assegurar o fim
da história da liberdade achada

infinitésimo mundo

No momento em que o mundo mais teme pela segurança dos seus aeroportos, Portugal evidencia-se pela serenidade com que resolve os conflitos no maior aeroporto do país.

Perante uma cena inconcebível de provocação e agressão premeditadas - diria mesmo de vendetta - na zona de chegada dos passageiros, filmada e transmitida por múltiplas estações de televisão e cuja autoria moral é despudoradamente divulgada, a polícia assiste passiva.

Ontem ficámos a saber que tudo é possível no Aeroporto Internacional da Portela. Tudo.